quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Empate justo para dois times sem brilho

Bruno Furtado - Portal Uai


REUTERS/Enrique Marcarian
Time celeste encontrou muitas dificuldades para superar a marcação do San Lorenzo

Cruzeiro e San Lorenzo empataram por 0 a 0 nesta quinta-feira à noite, no estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, pela segunda rodada do grupo 1 da Copa Libertadores. O placar foi o retrato da incompetência ofensiva dos mineiros no primeiro tempo e dos argentinos na etapa final.

O Cruzeiro ficou muito aquém das atuações anteriores, cometeu graves erros em sua defesa, principalmente no jogo aéreo, e ainda assim conseguiu manter a sua invencibilidade na temporada. O San Lorenzo só empolgou sua torcida na segunda parte do jogo, quando foi todo ao ataque e perdeu inúmeros gols de cabeça. A partir daí, o goleiro Fábio apareceu como o destaque celeste.

O empate mantém o Cruzeiro na liderança do grupo 1, com quatro pontos, deixando o San Lorenzo na terceira posição, com um. O Caracas, que tem três pontos, receberá o Real Potosí na próxima terça-feira e terá a chance de assumir a primeira colocação.

O Cruzeiro volta a jogar pela Libertadores no dia 4 de março, contra o Caracas, no Mineirão.

No domingo, o Cruzeiro recebe o Villa Nova, pelo Campeonato Mineiro.

O jogo

O empate por 0 a 0 no primeiro tempo castigou o fraco futebol apresentado pelo San Lorenzo e a falta de zelo do Cruzeiro nas finalizações. Depois de um começo com maior posse de bola dos argentinos, o Cruzeiro conseguiu comandar as ações a partir do 10º minuto, ainda que estivesse bem abaixo de atuações anteriores.

Enquanto o San Lorenzo foi ao ataque quatro vezes, sem levar tanto perigo, o Cruzeiro finalizou nove vezes, na maioria delas em chutes de longa distância, que em nada incomodaram Orión. Quando o time mineiro trabalhou as jogadas de pé em pé, sem precipitações, finalmente colocou o goleiro rival em apuros. Essa mudança de postura se deu apenas nos 10 minutos finais.

Aos 39 minutos, Wagner desperdiçou a principal chance do primeiro tempo para abrir o placar. O Cruzeiro avançou com cinco homens, tocou a bola e Guilherme, com um belo passe de calcanhar, deixou o camisa 10 frente a frente com o goleiro pela esquerda. Orión pegou dois chutes seguidos à queima-roupa e o Cruzeiro ainda conseguiu recuperar a bola. Após cruzamento da direita e corte da zaga, Guilherme finalizou sobre o travessão.

Guilherme também colocou Moreno e Ramires na cara do gol, aos 27 e aos 45 minutos, mas ambos deixaram a bola correr muito e perderam o tempo das finalizações, tendo apenas Orión pela frente.

Nas chegadas anteriores, o Cruzeiro pecava pela precipitação. O time conseguia levar a bola ao ataque, mas Marcelo Moreno, Guilherme e Wagner preferiam o chute longo às tabelas.

Jadílson foi o pior cruzeirense em campo. Marcou mal, errou muitos passes e pecou no mais sabe fazer: os cruzamentos.

Em 46 minutos de futebol, o San Lorenzo se limitou a lançar bolas na área e facilitou o trabalho da defesa com passes errados. A estrela D’Alessandro acompanhou seus companheiros com uma atuação sem brilho. Em certos momentos, foi até apupado.

Segundo Tempo


REUTERS/Enrique Marcarian
Wágner teve atuação apagada e foi substituído no intervalo
No intervalo, Adílson trocou Wagner por Fernandinho. O San Lorenzo voltou sufocando e encurralou o Cruzeiro na defesa. Com um minuto, Fabrício cortou cabeceio de Silvera quase sobre a linha de meta. Aos cinco, Adrián González chutou de fora da área e a bola passou rente à trave direita de Fábio. A chance mais clara ocorreu aos seis, em cabeceio de Silvera, depois de cruzamento de D’Alessandro pela esquerda. A bola saiu perto do ângulo direito.

Aos 14, Marcinho substituiu Guilherme no Cruzeiro, quando o ímpeto do San Lorenzo já havia diminuído. Ramón Díaz trocou Bilos por Ortiz, aos 19, e Bergessio por Bernardo Romeo, aos 22.

A esta altura, o Cruzeiro não havia chegado nenhuma vez à área rival. Isso só ocorreu aos 23, quando Moreno recebeu passe de Ramires, demorou a chutar e acabou dominado pelo defensor.

Ramón Díaz voltou a alterar o San Lorenzo aos 25, colocando Aureliano Torres no posto do volante Hirsig. Com essa modificação, o time argentino aumentou o seu poder de fogo, ficando com dois atacantes e dois homens de criação.

Fábio aparece de forma decisiva aos 28 minutos, ao defender à queima-roupa um cabeceio do atacante Silvera. No contra-golpe, o Cruzeiro também teve a chance de marcar. Ramires foi lançado nas costas dos zagueiros e chutou longe do gol, de frente para Orión.

Jadílson continuava a dar espaços ao San Lorenzo pela esquerda. Aos 29, depois de novo cruzamento pelo seu setor, o centroavante Romeo cabeceou por cima do gol, de dentro da pequena área.

Aos 38, foi a vez de Moreno ter o seu momento de herói. Com um corte de bicicleta na pequena área, ele impediu que o cruzamento executado pela ponta esquerda chegasse aos pés de Silvera. Na jogada, ele se contundiu e foi substituído pelo atacante Marcel.

A cinco minutos do fim, o recém-promovido Marcel jogou fora a chance de dar a vitória ao Cruzeiro. Fabrício arrancou do campo de defesa, em grande jogada individual, e cruzou da bico direito da área na cabeça do centroavante. O desvio passou à direita da meta.

O San Lorenzo voltou a assustar aos 43. Uma bola cruzada da esquerda passou por toda a extensão do gol e os atacantes Romeo e Silvera falharam na conclusão. Na cobrança de escanteio, Romeo cabeceio ganhou outra dos defensores e Fábio pegou firme sobre a linha de meta. (UAI)

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